O prefeito Leandro Balardin recebeu, na manhã da quinta-feira (06/02), o presidente do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) Rodrigo Warlet Machado e o coordenador regional Ênio Coelho. Os dirigentes do instituto estiveram vistoriando lavouras, canais e o volume de água reservado na Barragem do Capané, que preocupava o prefeito diante do quadro de estiagem que levou um grupo representante do agronegócio local a solicitar a decretação de emergência. Machado também esteve reunido com a Associação dos Usuários da Barragem do Capané, na quarta-feira, para avaliar a situação de cada lavoura e a demanda futura de água.
“Neste momento, já temos lavouras em fase de colheita e algumas que devem suprimir a irrigação já nos próximos 10 dias e assim por diante, gradativamente”, explicou Machado. Com uma das comportas já fora de alcance do volume reservado, o presidente do Irga acrescentou que os engenheiros da instituição estadual já montaram um plano “B” para atender eventual necessidade que fuja ao planejado. “Se, em último caso, for necessário, ainda temos uma reserva de 5% do volume morto que poderá ser puxada por bombas flutuantes para suprir o canal que chega às lavouras, mas pela situação que visualizamos, entendemos que não alcançaremos esta condição emergencial”.
A Barragem do Capané iniciou a safra “sangrando” por conta da necessidade de manter um nível de segurança de 7 metros no ponto de medição, depois que foram identificadas microfissuras no seu maciço quando a reserva de água está elevada. Com o excesso de chuvas de 2024, todas as comportas ficaram abertas até alcançar a cota segura. A irrigação começou com a barragem em 7,3 metros, mas mesmo há dois anos, quando houve uma estiagem mais relevante, não chegou ao nível baixo que está na atualidade, de 1,7 metro na régua.
As chuvas mais recentes, embora tenham reposto um pouco de água nos arroios, não geraram recarga significativa ao manancial do Estado. “É uma situação inédita, mas como a colheita está muito próxima, ainda que não chova, vamos chegar justos ao final do período da irrigação”. Atualmente são irrigadas pela Barragem do Capané lavouras que somam 2.350 hectares. Machado também aproveitou para falar sobre a busca de solução para a ocupação dos prédios do instituto na cidade. Um dos armazéns, junto ao Rio Jacuí, próximo à Pradozen, está inativo, mas gerando custos. O dirigente arrozeiro também lembrou que Cachoeira do Sul, além de um laboratório de sementes, da Barragem do Capané, do Núcleo de Assistência Técnica e Extensão Rural (Nate) e da coordenadoria regional, mantém uma das principais estações de pesquisas em arroz do país.
O prefeito Leandro Balardin agradeceu à gentileza da visita e a explanação, elogiou as ações dos técnicos do instituto no Município e na região e pediu a colaboração do Irga no sentido de viabilizar uma solução para o impasse da Barragem, que precisa de investimentos para a construção do vertedouro e a reforma ou construção de nova taipa, entre outras medidas como a revisão de alguns convênios com a Secretaria do Desenvolvimento Rural. Também enfatizou a relevância do instituto em buscar uma solução para permutar o imóvel no Centro da cidade, na região dos Engenhos, cujo armazém encontra-se em precárias condições e já passou por uma tentativa de permuta.
Rodrigo Warlet Machado explicou que o instituto pretende abrir licitação nos próximos meses no sentido de buscar uma nova sede no Município em troca dos imóveis hoje existentes. O coordenador regional, Ênio Coelho, apresentará um laudo sobre a situação dos cerca de 24 mil hectares semeados com arroz em Cachoeira, para também embasar o decreto de emergência que a Prefeitura pretende publicar.
Créditos do texto: Cleiton Santos
Revisado pela Assessoria de Imprensa