O prefeito Leandro Balardin convocou uma reunião na tarde desta quarta-feira (17) para tratar das reclamações de consumidores sobre mau odor, cor e gosto da água distribuída em Cachoeira do Sul. Participaram do encontro o gerente da Corsan, André Finamor, representantes da Secretaria Municipal da Saúde e do Departamento de Vigilância em Saúde (DVS), a 8ª Coordenadoria Regional de Saúde (8ª CRS) e os vereadores Magaiver Dias e Edimar Garcia.
Durante a reunião, André Finamor explicou que o surgimento de algas no Rio Jacuí é comum nesta época do ano, em razão do calor intenso e da baixa do nível do rio, e que outras cidades da região também enfrentam o mesmo problema com a proliferação de algas. Segundo ele, a Corsan realiza análises diárias tanto da água bruta quanto da água tratada na Estação de Tratamento de Água (ETA), com os resultados sendo encaminhados à Vigilância Sanitária e aos demais órgãos de controle.
De acordo com o gerente, ao ser identificado um aumento expressivo de algas, a Corsan iniciou o procedimento com uso de carvão ativado. Mesmo com alterações de cheiro e gosto, a companhia afirma que a água distribuída está dentro dos padrões de potabilidade estabelecidos pela legislação. Ainda há pontos da cidade com resquícios de água com coloração alterada, que devem ser consumidos nas próximas horas, até a completa normalização do sistema.
Finamor destacou ainda que esse tipo de situação proliferação de algas ocorre em praticamente todos os verões. Ele explicou que o esgoto também contribui para o aumento das algas e que, com a conclusão do tratamento total do esgotamento sanitário prevista para 2033, o problema será minimizado. Até lá, o uso do carvão ativado é uma medida paliativa, mas que resolve a questão da gosto e do odor da água.
A Secretaria Municipal da Saúde informou que há monitoramento constante de doenças diarreicas no município. Conforme dados do DVS, foram registrados 22 casos na última semana de novembro e 31 atendimentos na primeira semana de dezembro, números considerados dentro da normalidade.
IMPORTANTE – O Departamento ressaltou que não são verdadeiras as informações que circulam em grupos de mensagens sobre supostos óbitos relacionados à água.
A 8ª Coordenadoria Regional de Saúde afirmou que acompanha todos os procedimentos conforme preconiza a legislação vigente e reconheceu que, embora a água esteja potável, a população espera que ela não apresente cheiro, gosto ou cor alterados.
Ficou definida para esta quinta-feira (18), às 14h30, uma visita técnica à ETA, com a participação dos envolvidos, para conhecer de forma detalhada o funcionamento da estação e os procedimentos adotados no tratamento da água.
Falta de água - Sobre as frequentes faltas de água, André Finamor explicou que picos de energia elétrica têm impactado o funcionamento das bombas, sendo registrados 10 episódios nos últimos 15 dias. Segundo ele, a instalação de geradores em todas as unidades onde se necessita energia elétrica é inviável, inclusive ambientalmente. Cachoeira do Sul possui atualmente três geradores, que demandam manutenção constante, mesmo quando não estão em uso. Como medida preventiva, será instalado um atuador no reservatório do Alto do Amorim, com o objetivo de reduzir os picos de energia e os rompimentos de rede que ocorrem quando o fornecimento elétrico é restabelecido e a água retorna com muita pressão.
Durante a reunião, o vereador Magaiver Dias sugeriu que o aplicativo da Corsan volte a oferecer de forma mais clara a funcionalidade de avisar a população sobre interrupções no abastecimento e a previsão de retorno da água.